quinta-feira, 29 de outubro de 2015

1º dia de Expedição no Delta do Parnaíba


Sexta - 2 de outubro

A expedição do Rio São Francisco deixou um gostinho de quero mais e, assim, aconteceu! Demos início a Expedição do Delta do Parnaíba. O Sérgio Bandeira começou a articular a expedição e pesquisar na internet tudo que poderíamos precisar em relação a apoio durante a viagem na descida do rio. Então ficou marcado com o grupo para iniciarmos a expedição saindo de Luzilândia no sábado, dia 3 de outubro.


Alguns dias antes, o Bandeira partiu de carro, eu fui de avião para Teresina no dia 2. Lá encontrei nosso amigo Fabio Neiva, que, por ter compromissos, não pôde participar. Almoçamos por Teresina, e do restaurante ele me deixou na rodoviária. Num trajeto direto para Luzilândia, cheguei no destino final por volta das 19:30h. Para quem saiu de casa umas 4:30h da manhã, eu estava muito cansado, ainda havia feito conexão em Brasilia... Bem, no final deu tudo certo.

Sábado - 3 de outubro

Na pousada em que ficamos não serviam café da manhã, tivemos que ir comer no mercado público de Luzilândia. Aproveitamos para tomar um café bem reforçado, pois não sabíamos o que viria pela frente durante todo o dia.
Saímos eram quase 9:00h, muita coisa para arrumar no barco, muita tralha, e tudo deveria ficar encaixadinho nos compartimentos estanques dos barcos. Partiu: eu, Sergio Bandeira e a esposa Valeria e o Júlio Cesar Soares Lira.

O rio descia bem forte, água de cor barrenta, típica daquela região, nos levava a uma velocidade média de 8.5 km/h. Logo nos primeiros kms, passamos por baixo de uma ponte, construída a pouco tempo, ligando a cidade de Luzilândia/PI ao estado do Maranhão, e assim foi toda nossa viagem, do lado direito o estado do Piauí e esquerdo o do Maranhão.

Desde o momento em que iniciamos a remar, observamos que o rio estava muito baixo, pelo menos uns 7m, muitas barreira pelas encostas do Parnaíba e isto era constante. O tempo estava muito quente e como não havia vento naquela hora da manhã, a sensação era de abafado, um mormaço... e assim foi todo o dia de remada.

Observando durante nosso deslocamento, em alguns trechos haviam muitas ilhotas, normal nesta época em que o nível da água encontra-se mais baixo. Muitos bancos de areia também apareciam por ali, sem contar o belo visual da paisagem que iríamos encontrar naquela região.

Muitas fazendas à beira do Parnaíba, cada pedacinho de terra que encontra a beirada do rio, tem sua rampa de descida para os animais beberem água e cercado para que o gado não ultrapasse para terras vizinhas. Nossa paisagem durante os primeiros dias era o Parnaíba cortando o sertão do Piauí e Maranhão e lindas árvores à beira do rio que serviam de abrigo do sol para os animais.

Aos 15km, mais ou menos, paramos para um pequeno descanso num lugar onde havia exploração de areia, isso me chamou atenção.

Seguimos nosso roteiro, o rio parecia um espelho de tão liso, alguns animais apareciam nas encostas. Aproximou-se um casal de carcará, passei bem pertinho deles, o contato com a natureza nesses momentos é tudo de bom numa expedição como esta, dá uma sensação de limpeza na mente da gente, nos desligamos do mundo.

Nosso destino era 40km, resolvemos esticar alguns kms à frente, pois havia um povoado onde poderíamos fazer uma boa refeição, e foi assim que aconteceu em Murici dos Portelas. Remada do dia: 48,5km. Cansei um pouco, alguns problemas durante a remada como falta de condicionamento me fez sentir câimbras neste primeiro dia, mas nada que uma boa lasanha de frango e uma volta pela cidade não resolva.