domingo, 8 de setembro de 2019

Expedição Pirapora a Bom Jesus da Lapa - 600 km


18 de julho de 2019 - Saída de Juazeiro

Hoje começa a nossa expedição saindo de Pirapora em Minas Gerais e terminando em Bom Jesus da Lapa, no centro oeste do estado da Bahia. 

Para esta fascinante expedição, de quase 600 km pelo rio São Francisco, a equipe conta com 4 remadores, em dois barcos duplos, e 3 pessoas em 2 carros por terra, fazendo nosso apoio.

Sou o único de Recife, todos os outros são de Juazeiro/BA.

Deixamos Juazeiro não muito cedo, tínhamos muita estrada pela frente até Pirapora.

Dois caminhos a escolher, um beirando cidades ribeirinhas, este mais próximo, passando pela chapada Diamantina, e outro indo até Feira de Santana e descendo a BR rumo a Belo Horizonte. Optamos por este por ter estradas mais tranquilas e mais conservadas, um pouco mais distante sem dúvidas, porém mais tranquilo.

Ao terminar nossa expedição em Bom Jesus da Lapa, deveremos retornar para Juazeiro pela chapada Diamantina, apesar de ser mais movimentado por caminhões que é um perigo constante na estrada e também mais perto


Passamos o dia na estrada para rodar 750 km, paramos para dormir em Maracás, para seguirmos viagem no dia seguinte.
A noite em Maracás, temperatura beirava os 9 graus, muito frio galera, eu de Recife não estou acostumado a temperaturas tão baixa.



19 jul 2019

Tomamos café da manhã, caímos na estrada, quase 900km até Pirapora. Chegamos à noite, muito frio, novamente vimos no celular a temperatura, 12 graus em Buritizeiro.

Amanhã teremos um dia livre em Pirapora, esclarecendo pessoal, o rio São Francisco separa Pirapora e Buritizeiro, uma ponte liga os dois municípios.

Amanhã teremos um dia livre em Pirapora, esclarecendo pessoal, o rio São Francisco separa Pirapora e Buritizeiro, uma ponte liga os dois municípios.




20 jul 2019
Conhecemos muitas pessoas por lá, aproveitamos e fizemos uma farrinha. o Rômulo foi quem nos hospedou em sua pousada Sertão Vereda, que fica no município de Buritizeiro, lado oposto a Pirapora. 
Lá conhecemos o capitão, que assim é conhecido por todos em sua cidade Pirapora, reformado da marinha, já navegou pelo São Francisco, de Três Marias até sua foz, foi ai que recebemos muitas informações valiosas pra nós, do Velho Chico.

Estas informações não são exatamente este trecho que vamos fazer, mais sim de trecho ainda não navegado por nós, como por exemplo, no lago de Sobradinho, épocas de muito vento, as ondas podem chegar a 1,5m de altura e não sabemos exatamente como que são às margens nestes pontos críticos, temos que não só fazer um estudo da área, mais também uma ?????.

Havíamos combinado que teríamos um dia para conhecer a cidade de Pirapora, fazer um tour pela cidade, fomos visitar o Benjamim Guimarães, que segundo o capitão, é o único navio a vapor do mundo em funcionamento, porém está aportado para reformas, foi o único que sobreviveu ao tempo, é de fazer chorar, pois aqui nesta foto ao lado, diversos navios como este da foto, estão enterrados aqui, submergiu e a areia os cobriu.

21 jul 2019

Acordamos, em conversa durante a noite, que iríamos dividir este primeiro dia em 2 remadas, por 3 motivos: Primeiro, percurso ate o Rio da Velhas, somente 27 km para primeiro dia de remada, rio este que passa próximo a Belo Horizonte e faz sua foz no Velho Chico, serviria como um treinamento, para adaptação. Segundo, foi ótimo poder remar com o filho do capitão Dênio, o Murilo, pois como era um domingo, não havia aula na faculdade, resolveu nos  acompanhar por todo o trajeto até a foz do Rio das Velhas, chegamos em um povoado chamado como Barra do Guaicuí e em terceiro, comemorar o niver do Jaime Badeca, parceiro que vai remar comigo no Tingua durante a expedição.
Nossa saída foi triunfal, com direito a live, todos ali presente para nossas primeiras remadas, ao lado das quedas d´água em Pirapora, muita emoção, afinal estamos partindo para um projeto que foi traçado há 1 ano atrás.

No primeiro quilômetro nos deparamos, na margem direita, com o último vapor ainda em operação, um museu a céu aberto, ainda boiando às margem do Velho Chico, porém parado por falta de manutenção. O rio muito seco, muito raso e assoriado, tornando  impossível a navegação com este belo navio a vapor.

O rio é bonito em todos os aspectos, vamos falar muito da mata ciliar. No início de percurso, sua coloração é deslumbrante, diversos tons de verde, ipês roxo, com pouca erosão, pois o rio nesta altura é estreito comparando em trechos mais a frente, onde comentarei novamente.

O rio corre mais forte nos meses de novembro a março, época de chuvas na sua cabeceira e em seus afluentes, sua nascente se localiza na Serra da Canastra. Devido a algumas chuvas que caíram semanas atrás, a água do São Francisco ficou na cor de barro, turva.


Ao chegarmos na foz do Rio das Velhas, encontramos águas limpas e claras, e assim nos deparamos com a junção dos 2 rios, das Velhas desaguando no São Francisco, lindo demais.

Para nosso primeiro dia de remada foi contemplador e bonito o percurso . Finalizamos em Barra de Guaicuí, onde segundo historiadores, se encontra a ruínas da 2a. Igreja mais antiga do Braisl. Uma placa no local com a referência diz que a igreja é de 1936 e tem como nome Igreja Bom Jesus do Matozinho, esta data que vimos na placa refere-se à sua reforma feita nesta ano. Deixamos os barcos em um rancho à beira do rio, assim fica mais fácil amanhã voltar pra cá e iniciar o segundo dia de remada a partir de Guaicuí.

A noite uma grande festinha com direito a churrasco, cerveja e caninha para o niver de Badeca, assim não passará em branco com amigos remadores.