domingo, 11 de maio de 2014

Recife - Cais do Porto e Rio Capibaribe - 10 de Maio de 2014

Nova convocação para remar e desta vez pelo Cais do Porto e suas pontes, passando pela Rua da Aurora até depois da Ponte Velha.

Na hora da saída, com todos prontos, é tirada a foto oficial de nossa largada. O dia está deslumbrante, o que me levou a registrar num clique toda a beleza da paisagem, tão logo cheguei:  a Bacia do Pina mostrando ao fundo o Bairro de Brasília Teimosa. Sempre apreciei fotografar e agora me surpreendo com os novos ângulos que um passeio de caiaque pode oferecer.


A maré estava muito calma, ainda não inteiramente cheia, e a linha da água refletia - como se fosse um espelho – o céu azul durante todo o trajeto. Assim que partimos do pier localizado próximo às Torres Gêmeas, uma tainha pulou na frente do barco de Wal e acertou a cabeça de Naldo, uma cena verdadeiramente hilária, que não assisti e que infelizmente não foi registrada.

Seguimos em frente na direção do Marco Zero de Recife, passando pelo Parque das Esculturas de Francisco Brennand e seguindo em direção à barra. Um enorme cargueiro ali fazia um descarregamento, tornando nossa aventura ainda mais atraente, afinal quem não gostaria de passar tão perto de um navio? Pois então, é emocionante estar ao lado de um deles.

Passamos pelo Porto contornando a ilha de Antônio Vaz em Recife, na qual foi aberto um canal – por obra de engenheiros de outra época - para que o Rio Beberibe tivesse uma nova foz antes da confluência com o Capibaribe, atrás do Palácio das Princesas, transformando antes a península do Recife Antigo em outra ilha, entre tantas outras que formam a nossa cidade.


Daí pra frente foi só paisagem bonita e é incrível perceber como é linda nossa cidade vista de dentro do rio. Passamos pelas pontes Princesa Isabel, Duarte Coelho, da Boa Vista e finalmente pela Ponte Velha, nome pelo qual ficou conhecida aquela que na realidade se chama Ponte Seis de Março, nome que lhe foi dado em homenagem à data da Revolução Pernambucana de 1817.

Remar é cultura, além de ser também muito divertido. O dia continuava de sol forte e todos bem protegidos, pois estávamos ali para remar mesmo, a água plana, lisa, e fui feliz nesta bela foto que aqui se vê.

É um verdadeiro presente da natureza nos depararmos com o lindo ninhal de garças que existe atrás do Palácio das Princesas. Nunca poderia imaginar que ali existisse tal quantidade de garças procriando. Os filhotinhos saem daquele berçário bem diante de nós! É um grande espetáculo, não dá pra deixar de falar.

Por fim chegamos à Casa de Banho e tomamos uma geladinha para nos refrescarmos, tal era o calor que ali fazia.

Trajeto de 11km


quarta-feira, 7 de maio de 2014

Barragem de Pirapama - 4 de maio de 2014

O último domingo amanheceu nublado, mas juntei o material de remo e segui para o local de encontro previamente combinado com Guilherme Rodrigues, Sergio Bandeira, Sergio Cabral e a Cláudia: estávamos com quatro caiaques, sendo um deles duplo.

Havíamos tido notícias durante a semana de que as barragens na Zona da Mata em Pernambuco estariam com sua capacidade elevada e de que não iríamos sofrer racionamento de água, pelo menos neste ano. Tal informação foi decisiva para a que a nossa escolha do local para esta remada recaísse em Pirapama.

Tomamos um rápido café da manhã no lugar do encontro e partimos para o município do Cabo, onde está localizada a barragem. Sergio Bandeira já havia escolhido o ponto exato onde deixaríamos nossos carros, a fim de facilitar o trajeto dos barcos até às margens do lago. Seguimos por um caminho um pouco esburacado, muita pedra solta, e - passando por trás do paredão da barragem -  atravessamos uma trilha que terminava bem na beirada. Foi só desmontar e colocar os barcos na água. Naquele momento, ao embarcar, nos demos conta de que tudo havia ficado mais verde, com muita mata circundando toda a barragem, o que nos transmitiu uma sensação de contato direto com a natureza.

Neste meio tempo, o dia começou a limpar, as nuvens de chuva se foram e um dia radiante  foi surgindo diante de nós. Acredito que o local escolhido seja um dos melhores para a prática da canoagem, com suas águas abrigadas que terminam por permitir um belo passeio, em que se pode desfrutar a beleza das matas que circulam o Lago. Lindas, também, são as ilhotas que aí se formaram com o seu enchimento, e até parece que cada uma delas tem sua própria paisagem: às vezes cheia de árvores frondosas, às vezes mata fechada, aspecto que faz com que cada remada se transforme em puro prazer.

Seguimos uns 3 km subindo a noroeste, onde provavelmente o Rio Pirapama seguia seu leito natural, viramos à esquerda, passamos por um estreito entre duas ilhas, formado por dois morros. De um lado fica a mata bem condensada e do outro lado agricultores da região aproveitam as terras para o plantio. É muito importante que tenhamos cuidado com a orientação ao remarmos em locais semelhantes, pois se perder em locais como estes é muito fácil. Orientação é, pois, parte integrante e obrigatória da prática de esportes dessa natureza.

Ao sairmos deste estreitinho, nos deparamos com um largo, talvez ali devesse ter sido uma área baixa que se transformou em grande área alagada. A esta altura começaram a aparecer algas e pastas, sinais inequívocos de que o leito do rio já estava muito próximo. Fizemos, então, uma parada para esticar um pouco as pernas e nos hidratarmos, coisa importante para quem pratica qualquer tipo de esporte.

A essa altura, começamos uma discussão em torno do local exato do leito principal do Rio Pirapama e resolvemos procura-lo. Cada um tomou uma direção, Sergio Cabral tinha celular e estava com bom sinal, tentamos nos orientar, a foto de satélite era sim o melhor para vermos de onde vinha o rio, mas sabíamos que no fundo tudo era apenas um pretexto para seguirmos cada um o seu caminho e nos encontrarmos mais adiante.

Como eu já mencionei, a sensação de liberdade é muito grande, estou fascinado por canoagem e é por este motivo que resolvi abrir uma pequena fábrica artesanal de caiaques oceânicos aqui em Recife. Como você pode observar, esta é a primeira reportagem do Blog, no qual passarei a postar de agora em diante nossas aventuras em série, nossas habilidades, revelando detalhes importantes sobre canoagem e sobre o que ela nos oferece de bom e prazeroso.

Tiramos muitas fotos para mostrar a todos a beleza que é remar numa represa. Passando ao lado das margens, observamos árvores que ali existiam, como macaibeiras, naturais de nossa região: seus troncos permanecem ainda de pé, enraizados no solo e deteriorados pelo tempo. Vimos também muitas plantas submersas próximo às margens, o que se dá devido à subida do nível da água da barragem na época das chuvas.

Ao iniciarmos nosso trajeto de volta, tive a nítida impressão de que o estreito onde havíamos remado estava mais bonito e a mata muito mais verde. Além disso, o fato de vermos o sol de um ângulo diferente na volta, pois este mudara de posição, fez com que enxergássemos as árvores com tons diferentes, contrastando com outro céu, já bem mais azul, que acabara de se abrir por completo. Passamos ainda por um bambuzal lindo, e resolvemos fazer uma pequena parada técnica, para tirar algumas fotos.
Assim seguimos beirando a margem oposta à que havíamos remado na ida, e absorvendo outra paisagem, completamente diversa, mas atentos ao vento que soprava de frente, procurando sempre as beiradas das ilhotas com o intuito de diminuir a ação dele, até chegarmos ao local de onde havíamos partido.

Sinto-me imensamente grato pela
 experiência compartilhada com amigos, que nos propiciou a todos um visual de rara beleza.

Você também pode fazer parte dessa aventura. Junte-se a nós!

Percurso de 12km em Pirapama - Cabo/PE