quinta-feira, 4 de maio de 2017

VI Passeio Ecológico de Caiaque

Sirinhaém/PE

Para um esportista amante da canoagem, um simples chamado para uma aventura, seja no rio ou no mar passa a ser uma prioridade e muitas vezes não importa a barreira da distância. Foi assim e é exatamente assim para o Sérgio, um empresário no ramo do esporte do Recife, quando recebeu de Francisco, proprietário da Marina da Barra de Sirinhaém,um convite para participar do VI - Passeio Ecológico de Caiaque em Sirinhaém. Às 09:00 horas da manhã do dia 1º de maio de 2017, estávamos na Ponte de Porto de Pedra - Sirinhaém, local da saída: Sérgio, líder da equipe composta por Aldinho, João Martins, Waleska, Sérgio Quinta, Junior, e o narrador Cicero Carlos que teve a honra de acompanhar utilizando um dos 06 caiaques oceânicos feitos pela Empresa UIBA UI, os quais tiveram uma performance impressionante dentre todos os cerca de 60 caiaques que fizeram parte do passeio de  14 Km, de Sirinhaém até a Foz do Rio, em Barra de Sirinhaém.

Breve Histórico da Região: Litoral Sul de Pernambuco, região geoeconômica, destaque para a agroindústria da cana de açúcar na Bacia Hidrográfica do Rio Sirinhaém, o qual faz parte no contexto pelo fato de ter sido o rio uma importante zona de escoamento do açúcar produzido na  Usina Trapiche até a segunda metade do século XX. A Bacia Hidrográfica envolve a Mata Atlântica, ou resquício do que sobrou dela como uma exuberante mata ciliar da faixa de domínio do Rio Sirinhaém, envolvida por vastos canaviais. À medida que se aproxima da sua foz no litoral, o rio encontra a vegetação litorânea com manguezais protuberantes e de diferentes espécies mostrando um bom sinal de preservação. A fauna fluvio marinha, rica em crustáceos, moluscos, peixes, mas é visivelmente pobre quando se se trata de mamíferos e pássaros, fato até compreensível diante da imensidão dos canaviais.

O passeio foi maravilhoso do ponto de vista da aventura, tivemos em todo o percurso, o amigo, Sérgio, que não pode navegar por motivo momentâneo de saúde, mas seguiu em barco de apoio e a todo o momento perguntando se alguém precisava de algo. Não faltando água, refrigerantes e frutas para qualquer um dos participantes do passeio.




A parada em Porto de Tijolos, ruínas do local que servia de entreposto comercial do açúcar que era transportado em barcaça, foi um momento bonito, embora reflexivo para mim, pois foi ali que certamente chegaram e trabalharam os escravos advindos do trafico da África. Foi ali também naquele meandro que certamente desembarcou a última leva de escravos em 1855, segundo o historiador Caio Prado Júnior em seu célebre livro: História Econômica do Brasil. Ver todos os caiaqueiros reunidos naquele momento do dia 1º de Maio, Dia dos Trabalhadores me fez lembrar a força do trabalho escravo, que ergueu os pilares econômicos do país, mas também refletir na vida das pessoas dessa região, que estavam ali no passeio: trabalhadores do corte da cana, pescadores, marisqueiros, agricultores da economia de subsistência, todos felizes, mas, sabemos que ainda carregam o peso da força da cultura da elite dominante que menospreza e oprimi essa classe trabalhadora.


A chegada foi uma festa, fogos de artifícios, competição e premiação aos caiaqueiros da região com agradecimentos a todos que foram unidos pelo esporte como uma grande família, foi assim que me senti e é assim que espero que seja para todos os amantes do esporte e por consequência, amantes da vida e da natureza.

Narrado e escrito por Cicero Carlos

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