sábado, 23 de agosto de 2014

Porto Jatobá - Rio Timbó - 06 de Julho

 Ao clarear, o dia já se mostrava belíssimo para um passeio: nublado, pouco sol e até uma chuvinha em alguns momentos. Teríamos um longo trecho para remar, saindo do Amoaras Resort em Maria Farinha até uma vila de pescadores chamada Porto Jatobá,  que provavelmente é a própria continuação do Rio Timbó.


Éramos quatro remadores: eu, Sérgio Bandeira, Aldinho e Marcelo Caldas.

Logo na saída encontramos o amigo Jean Neves de stand up. A princípio iria conosco, mas não foi possível, tenho certeza de que na próxima se fará presente junto com a gente.

 Saímos por volta das 8:40hs enquanto a maré subia e, por esse motivo, tornou-se possível remar a favor da correnteza. Seguindo o curso natural do rio, passamos ao lado da Poty e em seguida pegamos a direita, caminho que nos levaria ao Porto Jatobá.




Desfrutamos da bela natureza que esta região nos proporciona: ora eram os  muitos peixes pulando a cada instante na frente do nosso caiaque, ora as garças pescadoras que, posicionadas nas árvores dos manguezais  no entorno do rio procurando seu alimento do dia a dia, fugiam com a nossa presença, apesar do silêncio com que nossos caiaques deslizavam sobre as águas do estuário.

A maré subia e nós passávamos entre as pequenas ilhotas formadas pelo bailar do rio principal. Assim, em contato direto com a natureza, navegamos boa parte do tempo, próximos à vegetação do mangue.



 Chegamos enfim ao Porto Jatobá, lugar que havíamos combinado como ponto final de nossa remada. Lugar bonito, com muitos barcos de pescadores que ali vivem bem isolados do nosso mundo real.



De repente - ao atingirmos o Porto - nos demos conta de que o rio continuava às nossas costas e resolvemos estender o passeio. Fizemos então a meia volta e seguimos o rio, que ali começava a estreitar: a cada remada que dávamos, ia ficando mais e mais estreito, a ponto de às vezes só haver passagem para um único caiaque.  Mas o desejo de continuar não cessava e, a cada dez metros remados, queríamos ir mais a frente. Foi assim que  passamos por viveiros de camarões, até chegar a um ponto em que este rio se transformou em riacho, em que as árvores dos mangues por onde passávamos formavam um túnel, bem natural, desembocando afinal em um largo que não dava mais para continuar, pois o manguezal ali se fechava.

Chegando neste largo, resolvemos desembarcar para nos situarmos. Deixamos nossos caiaques embaixo de uma mangueira, andamos cinco minutos até chegar a um lugar habitado, onde encontramos uma barraca e ali mesmo fizemos a festa. Geladinha, galinha cabidela, marisco, até sinuca havia na barraca, foi bom demais.  Após uma hora, tempo suficiente para que a maré mudasse de sentido, começamos o nosso retorno.


 Todo aquele cenário  por que havíamos passado estava agora à nossa frente, mas parecia até que estávamos voltando por um outro local, pois passamos por um paredão que antes não havíamos visto e que pessoas que ali estavam informaram ser um viveiro desativado. Tudo muito bonito, impossível não pretender voltar ali um dia.

 O sol já aparecia, deixando o tempo um pouco mais quente e o vento mais brando. A gente descia a correnteza, seguindo o fluxo natural do Timbó. Fizemos uma parada para descansar e tomar um banho e, consequentemente, esticar um pouco as pernas.

Já passava das 14h quando chegamos de volta. Comemoramos assim a grande remada de 19,5Km acontecida neste brilhante dia.





















quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Porto Arthur em 22 de Junho de 2014

"Localizado na parte leste do rio Timbó, distante 6 mil metros de sua foz, foi construído, pela família Lundgren no início do séc. XX, com 1 km de extensão e todo o seu maquinário foi trazido da Inglaterra. O ancoradouro servia para facilitar a aproximação dos barcos que aqui chegavam, munidos de mercadorias para o abastecimento da cidade. Esse transporte intensificou-se durante a Segunda Guerra Mundial, quando havia o temor da escassez de alimentos. Na época da instalação do porto, Paulista tinha cerca de 32 km de estradas de ferro, que alcançavam as estações dos municípios vizinhos, passavam pelo centro da cidade, indo até àquele cais. Pelo porto entraram os materiais utilizados nas construções dos prédios da família Lundgren, da Igreja de Santa Izabel, das chaminés das fábricas e até mesmo em algumas casas. No povoado de Porto Arthur existiam, no início de sua povoação, 16 casas com famílias de pescadores e trabalhadores do cais. Por esta razão foi construída, em 1950, uma escola rural com o nome  Arthur Lundgren - último filho do patriarca sueco Herman Theodor Lundgren.A escola foi desativada no início da década de 60, com o fechamento do cais. A área é um verdadeiro santuário da natureza, contendo ainda em toda a área do rio Timbó resquícios de mangue bem preservados, além de árvores típicas da Mata Atlântica.»
(Texto - Prefeitura da Cidade de Paulista)

Este texto acima informa que o Porto Arthur era utilizado para carregar e descarregar a produção da fábrica de tecelagem, localizada em Paulista.


Acompanhado de meu amigo Marcelo Caldas Filho, resolvemos remar no Rio Timbó, localizado em Maria Farinha, tem uma ótima extensão para praticar a canoagem em nossa região. Muitos braços de rios se ligam a ele formando a Bacia Hidrográfica do Rio Timbó. Muita gente mora às margens destes pequenos braços, lugares abandonados como o Porto Arthur, local que eu ainda desconhecia.

  


Alguns de nossos amigos não puderam vir, pois tinham compromissos, então resolvemos ir nós dois.

Remando de rio a dentro, depois de 40 minutos nos deparamos com um mural, local onde atracavam os pequenos navios que passavam pela região de Maria Farinha.

Mais de 600 metros de paredão existente do antigo porto, construído de pedras sobre pedras, o lugar é calmo, bonito de se ver, lindo para se admirar. Tiramos algumas fotos e retornamos, descer nestes locais pode ser perigoso, não sabemos quem anda por ali.

Ao retornarmos nos deparamos com a natureza, vida no rio, sabemos que em certas épocas do ano, em nossa região, peixes procuram o estuário para se acasalar e reproduzir. A quantidade de sardinhas e saúnas que saltavam nas proximidades por onde passávamos era incrível, cardumes enormes à nossa frente e por um bom período de tempo elas pulavam sobre nossos caiaques, uma pena não ter registrado, pois os saltos eram muito rápidos.

Na volta, tomamos o caminho para contornar a grande ilha que se encontra dentro do estuário. Fizemos uma parada técnica, hidratamos e seguimos voltando.





O vento forte, marolas grandes e compactas no meio do rio, eram fatores suficientes pra me tirar de rumo, pois estava com o Suru, um barco que não possui leme e mesmo assim seguimos em frente.

Continuo dizendo que a região metropolitana do Recife tem muitos lugares bonitos a serem desbravados por canoístas, e Maria Farinha é fantástico de se navegar.

Venha praticar a canoagem, ótimo para saúde e melhor ainda para a mente.