terça-feira, 10 de novembro de 2015

2º dia de Expedição do Delta do Parnaíba

Domingo - 04 outubro

O rio tem suas origens no Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba. Localizado na Serra da Tabatinga, limita Piauí com Bahia, Maranhão e Tocantins, lugar onde dá origem aos cursos dos rios Lontras, Curriola e Água Quente que, unidos, formam o rio Parnaíba.

Ao acordarmos, o sol já apontava no horizonte para mais um dia de descida. Tirar foto do nascer do sol, desarmar a barraca, tomar café e arrumar o barco para zarpar, rotina essa que será repetida pelos dias que iremos passar aqui no delta. Desfrutar de um novo dia de viagem é tudo que há de melhor em uma viagem como esta, esquecer um pouco do mundo e cair no rio para remar.

Alguns mosquitinhos e pernilongos ainda rondavam nossas canelas quando iniciamos a remada. Não lembro exatamente o horário, mas sei que já passava das 7h, o sol já esquentava, e como havíamos remado além da cota do dia anterior, hoje seria menos um pouco. O importante é cobrir a meta, nunca deixar a menos para compensar no dia seguinte, na verdade não sabemos o que iremos enfrentar no dia à frente.

Ao deixarmos Murici dos Portelas, atravessamos ligeiramente o rio para sair um pouco da lama que havia próximo ao barranco, mal podíamos arrumar o barco, sem contar da lama dentro da embarcação. Lavei o barco, tirei um pouco da lama, na verdade fiz uma pequena faxina, é preciso de vez em quando...

O rio continuava manso, sem muito vento, superfície espelhada e corrente descendo com pouca força. Havia uns trechos do rio que navegávamos a 12km/h, mas a média era de 8,1 km/h. Segundo fontes ribeirinhas, a época de maior volume do Parnaíba é entre os meses de dezembro a março.

Nossa primeira parada do dia foi em um belo banco de areia. O dia estava muito quente, a pouca brisa dá a sensação de mais quente ainda. A água fresca do Parnaíba foi gostosa e providencial para um mergulho, a vontade era de ficar ali o dia todo, mas... muita água a navegar, fizemos um breve lanche com frutas, barrinhas de cereal, hidratação e seguimos em frente.
Os barrancos que mostramos aqui indica de que a erosão existe forte, carrega muita areia de um canto a outro. Os povoados existentes à beira do Parnaíba estão longe das margens, pois em tempos de água em abundância ficam protegidos dos alagamentos que a altura do rio possa provocar.


Remamos menos que o dia anterior, foram 33 km até chegarmos em um povoado de nome Coroa de São Remígio, local escolhido para dormirmos. Ficamos à beira do rio, melhor para descarregar o acampamento e para passar o olho nos barcos.

Ao chegar neste povoado, no bar havia muita música e bebidas, festa todo dia e o dia todo. Sondando e conhecendo a pequena cidade... fomos muito bem recepcionados por moradores, e conhecemos o Allan Victor, sua família e o Zé Bandeira. O Allan tem um blog, e nele registra os acontecimentos do local e região, assim mantém informado tudo que acontece por lá. Dona Maria, a mãe de Allan, e dona Amparo, sua tia, prepararam uma ótima refeição para o nosso grupo: galinha à cabidela, feijão, farinha d´água e cuscuz, sem contar que no dia seguinte o café da manhã foi tão bom quanto o jantar.


Encontramos pessoas de bem em toda nossa expedição, pelo interior do Piauí e Maranhão até o delta. Pelo menos nesse dia não foi necessário armar a barraca, dormimos em um barracão onde o bar não funcionava durante à noite e aproveitamos para colocar as redes para dormir.



Um comentário:

  1. Quero fazer este mesmo percurso! Vou organizar com amigos.Muito bom ler estes relatos.

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