domingo, 26 de agosto de 2018

Rio São Francisco - 1º dia de expedição em 14 de julho de 2018

Bom Jesus da Lapa a Gameleira da Lapa -  47,7 km navegados em 9h19min

Despertamos às 5h da manhã, ainda estava escuro, bem a oeste do estado da Bahia, primeiro dia de remo, muita coisa a colocar em ordem dentro dos sacos estanques, principalmente roupas e alimentação. Enfim, nos organizarmos no carro que ia nos levar à margem do outro lado, de onde iríamos partir.

Considero o café da manhã a refeição principal para uma boa remada e, na pousada onde estávamos, o Sr. Luís fez questão de acordar cedo e deixar tudo pronto. Tudo muito simples: frutas, cuscuz, tapioca, ovos, queijo assado, pão assado, diversos bolos, tudo maravilhoso.

Soube na manhã de nossa partida, que o carro de apoio iria nos acompanhar por quase todo o trajeto e, justo no primeiro dia, íamos parar em um povoado na margem esquerda, pois não há ponte nem balsas para fazer travessia, portanto, tínhamos que levar carga completa, fogareiro, barraca, colchão, etc., porque não sabíamos o que iríamos encontrar.

Acabamos nosso café da manhã e o dia já vinha raiando, carro pronto, reboque atrelado, e o apoio foi nos lavar ao outro lado de Bom Jesus de onde zarparíamos.

A belíssima ponte que cruzava o São Francisco era enorme, não só em comprimento como em altura, poderia ter entre 40 a 50 metros de altura, foi a impressão que tivemos.


Os primeiros raios dourados de sol que brilhavam refletiam na ponte, cartão postal para nossa partida, o nascer do dia estava lindo e assim prometia todo o dia.

Tiramos nossos caiaques do reboque, levamos logo todos para a beira do rio, a fim de arrumar as tralhas dentro do barco, e a nossa primeira preocupação, eu por exemplo, saber se o que trouxera para a expedição caberia dentro do barco. Não houvera tempo para avaliar se caberia tudo, mas graças a Deus, coube mesmo tudo dentro do Itairu.


Todos os expedicionários se alinharam para registrar na foto a nossa saída tão esperada e programada meses atrás.

 E lá estava a ponte toda dourada, sendo iluminada pelo raios de sol e abençoando nossa partida.


Ao lado do porto onde estávamos concentrados, havia um barco da Marinha do Brasil, parado, pois não havia profundidade suficiente para navegação.

O rio estava lindo, numa paisagem ímpar, sem vento, silencioso, correndo calmamente, empurrando nossos caiaques e nós curtindo cada curva, cada paisagem, incomparável.

Com aproximadamente uma hora de remada, nossa programação era seguir um pequeno braço à nossa esquerda, enquanto o rio principal, com maior correnteza, seguia pela direita.

Esta programação foi feita com a finalidade de encontrar o Rio Corrente, um afluente de pequeno porte situado na margem esquerda, e comprovar o quão interessante é ver um rio desaguando no São Francisco, o que foi devidamente registrado.
Havia impresso em uma gráfica todo nosso trajeto, assim pudemos acompanhar todas as ilhas, braços, curvas, ficando assim bem mais fácil de navegar.

Logo após a foz do Rio Corrente, resolvemos esticar um pouco as pernas, fazer um breve lanche e nos hidratarmos.

Uma coisa que chamou nossa atenção: muitas fazendas à beira do rio, muito gado e caprinos.

Durante este mês de julho, o rio já não tinha muita força, bancos de areias enormes, mas a corrente que nos movia era suficiente para remar 50 km, pelos nossos cálculos.

Muitas espécies de aves se concentravam nestes bancos de areia, desde maçaricos até o conhecido carcará, evidenciando a natureza exuberante que nos cercava.

No decorrer do dia, fizemos uma segunda parada, pois havia gente que estava morrendo de fome e resolveu preparar um rango, próximo ao horário do almoço. Abriram-se latas de salsicha, quitute, sardinha, verdadeiro banquete.

Não entrei nesta, prefiro minhas frutinhas e cereais, mais leve e saudável, melhor alimentar-se na chegada.

Por volta das 5h, estávamos chegando no local programado, Gameleira da Lapa, depois de remar 47,4 km em 9h19min, aqui não incluso o tempo parado.

 Ao chegarmos na margem, logo logo apareceram alguns nativos procurando saber de onde vínhamos, e ficaram sem acreditar na gente.
Fomos recebidos por um senhor, dono do bar, que nos cedeu toda a área para armar nosso acampamento. Aí já terminamos acertando o nosso café da manhã.

No início da noite, saí pela pequena cidade e achei um frigorífico,  havia acabado de chegar o peixe. Escolhi 2 piaus para fazer na brasa, em farra que rendeu até tarde, basta que pensemos na cota de cerveja no dia seguinte pra pagar: 26 cervejas, mais de uma grade! Bebi, mas não exagerei, pois havia muita água pra navegar, nos 7 dias restantes de expedição.
























Um comentário:

  1. Conheci o Rio São Francisco, Cidade de Piranhas - Alagoas. Se nadando e me banhando as margens do Rio que é o Símbolo do Nordestino. Fico imaginando navegando; quem sabe na minha aposentadoria me junto a vcs. No ano 2022

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